ÉTICA

O fato é que a perplexidade diante dos comportamentos emergentes que transformam a realidade numa velocidade incontrolável passou a fazer parte do cotidiano do ser humano.

A insegurança, a dúvida e a incerteza tomaram conta da vida do homem em pleno século XXI. A razão é que num passado não muito distante acreditava-se que era absolutamente impossível construir-se um ser humano inteiro desprovido de posturas éticas.

Entretanto o que se percebe hoje, é que os princípios éticos estão sendo deixados de lado, de tal maneira, que até aparece que o correto é ser incorreto, pois o que dizer ao cidadão comum, se as próprias autoridades que deveriam ter condutas exemplares, atropelam a lei, ignoram a coerência e sobrepujam o bom senso.

“A humanidade se encontra à deriva, não só em virtude do malefício causado pela pandemia, mas também sob ponto de vista ético”.

O que se pode concluir da atual conjuntura política nacional, é que infelizmente a tão desejada transparência é só aparência, pois somos objeto de um processo comandado por grupos e corporações que de uma forma geral substituem os princípios éticos e a autenticidade da lei por interesses próprios, esquecendo e ignorando o bem coletivo.

Enfim, não podemos perder a esperança de que, quem sabe um dia, os mal intencionados que buscam o poder pelo poder e não o poder para servir, percebam que a possibilidade de ser diferente, ser mais e ter a oportunidade de fazer melhor para o seu semelhante, são tarefas que implicam em comprometimentos éticos verdadeiros, pois ao contrário continuaram satisfazendo seus insaciáveis desejos, porém certamente não serão felizes.

Luiz Adão Marques é advogado, professor e Presidente Municipal do Solidariedade.